terça-feira, 26 de março de 2013

Marcas Brancas … Beneficiam ou não o consumidor?




As marcas são um ponto central para qualquer empresa. São utilizadas para identificar e diferenciar determinada instituição e, em certos casos, são até uma garantia de qualidade para os consumidores. 
Há mais de 30 anos, mas com especial destaque nesta ultima década, surgiram as denominadas “Marcas Brancas”. Com a crise e a consequente alteração do comportamento do consumidor, estas Marcas deixaram apenas de existir nas prateleiras e passaram a marcar presença nos carrinhos de compras e nas casas de todos nós. 
E se foram considerados produtos com baixa qualidade, os destas Marcas, actualmente, tal ideia já não se verifica. De facto, as “Marcas Brancas” têm já uma posição no mercado e nas grandes superfícies… Mas será isso inocente e a pensar maioritariamente no consumidor? Que benefícios retiram quem fabrica essas Marcas? 
Há realmente uma relação preço/qualidade nestes produtos e é certo que vieram facilitar a vida de todos nós, poderemos até dizer que: “As marcas de fabricantes criam o sonho, as marcas brancas tornam esses sonhos medianos.”, tal como escreve Francisco Teixeira, no seu blog Consumer Behavior Portugal. Ainda neste blog, segue o seguinte exemplo, da utilização de marcas brancas: “(…) é possível comprar um iogurte grego, sem se ver grego na altura de passar na caixa.” 
É realmente indiscutível a vantagem destas Marcas. Mas as superfícies comerciais têm já os produtos de marca branca como uma estratégia de marketing e apostam muito nestas marcas, pois as suas vendas são elevadas. Dão elevados ganhos e não acarretam grandes custos pois normalmente conseguem economias de escala, as empresas compram directamente, eliminando assim intermediários e poupam na publicidade que é bastante cara. Mas superfícies, como o Continente, publicitam estas mesmas marcas, quase que incentivando o consumidor a fazer delas a sua opção. Na verdade, o “sucesso” destas marcas deve-se precisamente e essencialmente à alteração do comportamento do consumidor. 
Contudo, estas marcas também têm as suas desvantagens. Há economistas que defendem que podem afectar a economia porque estão a “destruir” as marcas de origem até porque, o que se constata é que os produtos destas marcas não têm a sua origem esclarecida nos rótulos. 
Os produtos dessas marcas vêm ainda dificultar a vida dos consumidores porque a oferta torna-se excessiva. Tal como defende Francisco Teixeira: “Há vários estudos que falam num fenómeno denominado stress da escolha. Ou seja, o consumidor sofre quando a oferta é muito variada, pois a decisão pelo melhor produto comporta um trabalho cognitivo intensivo.” Cada um de nós, ao dirigir-se actualmente a qualquer espaço comercial fica com a sensação que nos “empurram” as marcas brancas! 
Ainda como concorda Francisco Teixeira no seu blog: “ A tirania das marcas brancas transforma os consumidores em apreciadores pouco exigentes. (…). E a diferenciação social, que é possível através daquilo que compramos, que por muito que neguemos é um prolongamento da nossa imagem, fica comprometida se apenas tivermos disponíveis marcas brancas. Se somos o que compramos, tendemos a ser cada vez mais iguais aos outros.” 
E ao ler tudo isto, as marcas brancas beneficiam ou não o consumidor? 
Como conclusão, deixamos mais um excerto do blog Consumer Behavior Portugal, que consideramos ideal e muito bem conseguido: “Talvez seja altura de criar, na lei, um espaço de reflexão sobre a quota de produtos de marca branca que uma grande superfície pode vender. Não quero com isto dizer que elas deixem de existir; trata-se antes de não existirem em excesso. Muitas pessoas devem sentir-se sem opção de escolha, (...). Isso não constituirá uma violação dos meus direitos enquanto consumidor?”





Fontes:













Grupo 4

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