O Marketing de Guerrilha, é uma
nova técnica de comunicação que requer uma boa dose de originalidade,
caracterizando-se essencialmente pela inesperada forma de interacção com os
consumidores e pelo impacto surpresa que tem junto dos mesmos, tendo a
“agradável” particularidade de não ser necessário despender muito dinheiro, o
que é um factor de peso para as empresas financeiramente menos avantajadas.
Naturalmente, este tipo de marketing apresenta vantagens.
Desde logo, o facto de não “consumir” budjets elevados, permitindo que as
agências e clientes corram mais riscos na sua comunicação. O risco associado é
menor do que nas, bem mais caras, tradicionais formas de comunicação.
Outra das vantagens tem a ver com o impacto que normalmente as suas acções têm,
gerando o efeito passa-a-palavra, podendo também despertar a atenção dos media
e consecutiva cobertura gratuita.
No entanto, também apresenta desvantagens.
Este tipo de marketing tem a peculiaridade de despertar interesse, curiosidade
e grandes doses de entusiasmo junto dos consumidores, levando os mesmos a
criarem expectativas elevadas que podem não ver satisfeitas aquando da compra
ou contacto com o produto ou serviço. Os consumidores podem sentir-se enganados
e neste caso, o efeito passa-a-palavra pode ser devastador.
O Marketing de Guerrilha também é caracterizado pela realização de acções muito
mais localizadas, pelo que não se podem esperar os mesmos resultados de uma comunicação
mass market.
Vídeo Marketing de Guerrilha Social
Programa CRIATIVAR S01EP02
Entrevista André Rabanea
Certamente
que a maioria dos profissionais ou entusiastas de Marketing já ouviram falar em
Marketing de Guerrilha. Contudo nem todos conseguem caracterizar o que
realmente é a Guerrilha, sendo para muitos uma tendência a seguir e para
outros apenas uma moda ou uma ferramenta utilizada quase em
exclusivo por pequenas empresas com recursos muito limitados.
Assim lançámos o desafio ao André Rabanea para nos falar um pouco de Marketing
de Guerrilha.
O
André Rabanea é especialista em Marketing de Guerrilha, CEO e fundador da
primeira Agência de Guerrilha em Portugal: a Torke.
Actualmente
a Torke já conta com 5 anos de actividade e recentemente o seu posicionamento
foi reajustado, trazendo com ele um novo conceito (Boutique Guerrilla Agency) e
uma nova forma de se assumir perante o mercado:
Marketing
Portugal – O que é o Marketing de Guerrilha?
André
Rabanea - Hoje já nem sei mais como definir. Em 1982 Jay Conrad achava uma coisa, em 2005 eu achava isso: O marketing de
guerrilha é uma forma de envolver os consumidores com a marca. Não através da
imposição mas através da conquista. É um conjunto de estratégias diferenciadas
e inovadoras cujo objectivo é surpreender, pelo inesperado e pelo barulho, pela
emoção, pela ousadia e pela agilidade e que, por isso mesmo, conquistam e
seduzem os consumidores. Disto são exemplos estratégias como o marketing viral,
ambush marketing, intervenções urbanas e performances, marketing invisível, blog
marketing, PR stunts, etc….O mercado muda o conceito não pode ficar parado. Se é um conceito inovador não
podemos mantê-lo intocável.
Marketing
Portugal – Até há bem pouco tempo existia a percepção de
que o Marketing de Guerrilha era apenas uma ferramenta utilizada por PME’s.
Actualmente já começa a ser perceptível a importância do mesmo como parte
integrante do Marketing Mix das empresas, será que esta tendência será para
manter?
André
Rabanea - Com certeza. Hoje os maiores clientes utilizam
marketing de guerrilha.
Marketing
Portugal – O que achas do “estado” do Marketing de
Guerrilha em Portugal? É difícil realizar acções de Marketing de Guerrilha em
Portugal?
André
Rabanea - Acho bom! Não estamos atrás em termos de
criatividade de outros países e várias empresas já começam o fazer, algumas
mais criativas qeu outras, algumas com mais experiência que outras, mas é um
bom indicativo tantas empresas começarem a pedir e nascer novas agências nesta
área.
Não é difícil, só depende do cliente.
Não é difícil, só depende do cliente.
Marketing
Portugal – Quando falamos em Marketing de Guerrilha
pensamos na expressão “desafiar os limites”.Até aonde vão esses limites e de
que forma são eles controlados?
André
Rabanea - Limite ta do lado do cliente, nunca do nosso.
Pensávamos fora da caixa a 5 anos atrás…hoje nem sabemos onde está a tal da
caixa.
Marketing
Portugal – Actualmente ainda existe quem desconfie da
utilização do Marketing de Guerrilha, consideras que é possível realizar
Guerrilha em todos os modelos de negócio?
André
Rabanea - Estamos a fazer para o ActivoBank.
Marketing
Portugal – Quando os clientes pretendem realizar uma
acção de Marketing de Guerrilha sabem o que os espera?
André
Rabanea - Não sei, as vezes pedem sem saber o que pode
aparecer. Os melhores clientes são os que já tem uma noção básica da guerrilha
e do nosso portefólio pois sabe do potencial que tem. As vezes o problema é que
alguns clientes fazem uma acção de distribuição de flyer no metro, a agência chama isso de guerrilha e o cliente nunca mais vai querer fazer guerrilha. Ou pensa
que guerrilha é sujar as ruas ou fazer malabares no semáforo.
Marketing
Portugal – Qual foi o projecto que mais o marcou?
André
Rabanea - Ixii, tem vários. Vários momentos importantes.
Cases da Fox, Optimus e Peugeot foram os maiores e mais importantes destes 5
anos. Mas claro que os nosso próprios cases são marcantes, como a menor árvore
da Europa, a invasão nas agências e o croquette awards.
Marketing
Portugal – Qual a empresa ou marca para a qual gostarias
de realizar uma acção de Marketing de Guerrilha?
André
Rabanea - As marcas que tínhamos interesse já batemos a
porta e já fizemos algo, não ia aguentar quieto. Mas queria que a Lego tivesse
em Portugal e que a Mini apostasse em guerrilha como aposta lá fora.
Marketing
Portugal – Por fim, como caracterizas o Marketing de
Guerrilha numa única palavra?
André
Rabanea - Disrupção criativa!
Exemplos
de Campanhas realizadas peta agência Torke
Grupo 11